sexta-feira, 20 de julho de 2012

Parecia que eu tinha acabado de deitar a cabeça no travesseiro e o telefone toca. Olho no relógio 03:05, "quem em sã consciência ta me ligando uma hora dessas?" pensei. "Oi" disse quase que pra dentro. "Desculta ta ti ligando essa hora, é que eu to sentindo tanto a sua falta" disse a voz do outro. Eu esperei tanto tempo por aquela ligação, eu quis tanto ouvir aquilo. Mas não foi como eu esperava, eu me senti ofendida, sabe, eu senti a falta dele todos os dias, eu passei noites e noites sem dormir mas nem por isso enchi a cara e liguei pra ele de madrugada. Eu desliguei o telefone, voltei pra cama, pus a cabeça no travesseiro, fechei os olhos mas não dormi. É não dormi. Não por arrependimento de ter desligado o telefone, mas por arrependimento de ter esperado que ele algum dia ligasse. Eu ri baixinho e voltei a dormir, no outro dia acordei bem cedo, tomei um banho, pus uma malha fina e fui caminhar no parque. Eu tinha me esquecido do quanto era bom não ter um buraco no peito.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

-Casa comigo?
-Quê?
-Casa comigo, ora.
-Agora?
-Não, eu to falando de casar na igreja, você de branco eu te esperando. Essas coisas.
-É serio?
-E se for?
-Eu vou chorar.
-Não chora, eu só te pedi em casamento.
-A gente pode plantar uma árvore?
-A gente vai morar em apartamento.
-A gente planta em algum lugar.
-Pode ser.
-Eu queria um jardim.
-Eu desenho um na parede da sala, e todos os dias a gente desenha uma flor nova.
-Vai chegar uma hora que  não vai caber mais flores na parede da sala.
-A gente desenha na casa toda.
-E quando não tiver mais espaço?
-A gente reaviva as que já foram feitas.
-É, legal. 
-Eu quero um cachorro.
-A gente vai morar em apartamento.
-Eu quero um daqueles pequenos, pra ser nosso filho.
-Eu quem devia ta falando isso. 
(Eles riem)
-Você pode usar o cabelo preso no dia do casamento?
-Porque?
-Eu te acho ainda mais linda de cabelo preso.
(Ela fica olhando pra ele durante algum tempo, até que ele levanta e à puxasse pela mão)
-Vem, vamos.
-Pra onde?
-Pra igreja ora, temos um casamento pra marcar.
 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Você sabia que eu ia embora e nem se deu o trabalho de me pedir pra ficar. Pós nossos planos, sonhos, lembranças, fotos, nós, dentro de um balde jogou pela janela. Colocou uma loira gostosa na moldura de um porta retrato na sua cabeceira, tatuou o nome dela no seu anti-braço, passou a sair todos os finais de semana pra beber e vai trabalhar com ressaca na segunda. Nem parece o meu menino, que me amava por ser pequena, tinha fotos nossas espalhadas por todo o apartamento, íamos ao cinema todos os finais de semana e eu te acordava com café na cama todas as segundas. Otário. Eu segui minha vida, mudei seu nome na agenda do meu celular de amor passou a ser "fulano". Pintei minha casa, cortei o cabelo, ganhei uma promoção no trabalho, amadureci. Você não foi um atraso na minha vida, mas ti deixar pra traz foi um ponta pé pra uma vida melhor. Eu ti vi outro dia, você parecia com pressa, e eu te observei até que dobrasse a esquina. Meu coração não acelerou, minhas mãos não tremeram, não perdi os sentidos, nem desmaiei e comecei a babar. Eu pensei que eu nunca fosse conseguir viver sem você, mas eu consegui. Dos nossos planos eu segui com alguns, comprei um cachorro e fui feliz pra sempre. Eu vi suas mensagens na minha secretaria eletrônica, eu to te escrevendo só pra avisar que ser feliz pra sempre implica em não atender as ligações de um ex frustado por ter sido jogado pela janela por uma loira gostosa cujo número esta tatuado no braço.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Já faziam cinco anos que eu voltava naquela cidade e ela continuava a mesma. Os senhores sentados numa mesa na praça jogando dominó, as crianças andando de bicicleta no parque e as pessoas levando a mesma vida pacata de sempre.
 Entrei pela porta da frente que como sempre só estava encostada, a casa não mudara nada desde a ultima vez que estive ali, as poltronas no mesmo lugar, a mesinha de centro, tudo no mesmo lugar. Pus minhas chaves sobre a mesa e fui até a cozinha onde deduzi que minha mãe estaria. Ela estava de costas, tirando algo muito cheiroso do forno, pós a bandeja repleta de pães de queijo sobre o fugão e eu à abracei. Meu Deus, como senti falta daquele abraço e a reação dela me disse o mesmo. Ela passou a mão por entre meus cabelos com seu jeito costumeiro de sempre e com os olhos repleto de água disse ter morrido de saudades. Pela janela vi alguém se dirigindo a porta dos fundos da cozinha, em instantes a porta se abriu e uma moça entrava por ela. Era a moça mais bonita que eu vira nos últimos tempos, a luz do sol poente dava um tom alaranjado ao cabelo dela, seus olhos pareciam assustados ao me verem e logo suas bochechas coraram. Ela vestia uma saia florada com uma blusa azul escuro e calçava chinelos.Ela pós a caixa de verdura que tivera colhido da horta dos fundos da casa sobre a mesa e me abraçou. Eu não sabia porque ela estava me abraçando, mas seu abraço era bom e parecia que eu já o conhecia. Sentamos á mesa ,mãe nos serviu com café e pão de queijo.Conversamos horas. Lembrei que ela era a menina que fora minha melhor amiga na infância, foi com ela que eu dei o primeiro beijo e foi ela a minha primeira namorada. Relembramos da nossa casa na árvore no fundo da casa dela, de que todas as tardes íamos andar de bicicleta, de quando fomos acampar (mas não falamos sobre a nossa primeira vez ter acontecido lá), relembramos de quando íamos pro mirante ver estrelas, relembramos coisas que eu havia esquecido fazia tempo, mas ela parecia nunca ter esquecido. 
A noite fui até a praça e ela estava sentada sozinha lendo um livro, me aproximei e pedi acento ao seu lado. Ela riu e assentiu que eu sentasse ao seu lado. Ela me perguntou de como tinha sido minha vida todo esse tempo que eu estive fora, não podia dizer á ela que levei centenas de mulheres pra me embriagar na cama e que  centenas de mulheres me levaram pra cama embriagado, que  em nenhum dia dos que estive fora lembrei dela ou senti saudade de nossas aventuras. Apenas disse que foram dias diferentes dos que eu viverá ali e perguntei a ela como foram seus dias,confesso ter ficado com um remorso profundo no peito quando ela disse que todos os dias dela foram esperando o dia que eu voltasse. Me senti um canalha por não ter lembrado um dia que fosse dela. Ela deitou no meu colo enquanto me contava como foi na faculdade, parecia que tínhamos a mesma intimidade de cinco anos atras. Eu queria abraça-la e não leva-la pra cama como as outras e isso era estranho. No outro dia pela manhã ficamos deitados na rede na varanda da minha casa, eu queria beija-la, mas tive de me controlar. Cantamos desafinados nossas músicas preferidas. Passamos o dia juntos e no fim da tarde fomos andar de bicicleta,paramos na sombra de uma grande árvore se deitamos no gramado. Todos os dias nós passávamos juntos e era como se eu voltasse a ama-la com a mesma intensidade de antes, o que era injusto com ela, ela me esperou enquanto eu pegava todas as meninas da faculdade e mesmo assim eu iria embora dentro de poucos dias e não poderia machuca-la com a distancia mais uma vez. Uma noite antes de eu ir embora disse á ela que partiria logo pela manhã, meu coração se fez em pedaços quando ela me abraçou chorando e pediu que eu ficasse. Eu a tinha em minhas mãos, podia beija-la, leva-la pra cama e no outro dia ir embora como se nada tivesse acontecido, mas eu não era capaz de tamanha crueldade. Enquanto ela estava em meus braços cheguei a conclusão de ela também me tinha em mãos, eu queria ficar ali pra sempre, por ela. Eu queria  todos os fins de tarde ir andar de bicicleta com ela, parar na sombra de uma árvore bem grande e deitar ali com ela. Eu queria todas as manhãs acordar cedo e ir comer seriguela no pé no galho mais alto com ela. Eu queria ama-la de perto, ir ver as estrelas com ela no mirante, cantar desafinado na rede e me sentir um homem de verdade ao lado da mulher da minha vida, que me esperou durante anos e não deixou que a saudade sufocasse a nossa historia. Ela secou as lagrimas, me beijou e entrou em casa. Tive a sensação que seria a ultima vez que eu fosse vê-la. Sentei na varanda da minha casa e chorei como quando eu era um menino e ralava feio o joelho, eu queria ficar, mas teria de abrir mão de  muita coisa e não sabia se suportaria. Escrevi uma carta me desculpando e pedi a mãe que entregasse a ela e fui embora. Dessa vez foi diferente, eu lembrava dela todos os dias, ficávamos horas falando no telefone e sempre que dava nos víamos pela webcam. Eu pensava nela antes de dormir e pedia que sonhasse com ela. Comprei uma toalha de mesa que me lembrava a roupa que ela estava vestida quando a reencontrei na cozinha da minha casa. Quando a saudade não coube mais em mim, resolvi ir embora e viver minha vida com a minha pequena.
Cheguei de surpresa, pedi que ela casasse comigo e ela aceitou. Casamos no mirante, como sonhamos quando crianças. Pintamos nós mesmos nossa casa de amarelo, colocamos balaços e uma casa na árvore no quintal. Fizemos uma horta que morreu, mas fizemos. Compramos dois cachorros e um gato, o que não deu muito certo já que o gato não gostava dos cachorrinhos então demos os cachorros pra minha mãe e o gato pra mãe dela. Abrimos uma livraria e plantamos árvores na praça. Nada na minha vida deu tão certo como nós dois. Todos os dias eu conto as sardas do nariz dela, pra ter a certeza de nenhuma ter desaparecido. Eu não me vejo acordando ao de outra pessoa que não seja o dela. Eu á amo, de verdade, eu amo.  

sábado, 30 de junho de 2012

Era rotina. Acordar 6:25, tomar banho, primeiro a calça depois a camisa, café e sair. Todos os dias o mesmo ônibus com o mesmo motorista, a mesma pessoa do meu lado e sempre o mesmo destino. Era rotina. Viver era rotina.
Eu entrei no ônibus era o mesmo motorista, mas não era a mesma pessoa do meu lado. A menina sem sal que sentava todos os dias do meu lado deu lugar a um rapaz. 21 anos aparentemente, um par de olhos cor mel combinando com seus dentes brancos  e bem alinhados. Eu sou apaixonada por olhos e dentes. Ele vestia uma jaqueta de couro marrom com uma blusa branca por dentro, jeans e allstar. Aquilo não tava nos meus planos, não mesmo. Ele estava ouvindo Los Hermanos bem auto nos fones de ouvido. Ultimo romance, soube ao ouvir. Meu Deus, porque naquele dia, nem era sexta-feia (acho que nas sextas-feiras é mais provável sair da rotina, sei lá). Eu olhava fixo pra ele. É fixo e com cara de retardada, tenho certeza, afinal, não era todo dia que me aparecia o homem dos meus sonhos sentado ao meu lado no ônibus de sempre com o destino de sempre. Na verdade isso não acontecia dia nehum. Eu precisava falar alguma coisa antes que chegasse no ponto onde eu descia.
-Ultimo Romance -Disse bem alto, de certo todos do ônibus ouviram inclusive ele.
- Você gosta? - A voz dele era a voz mais linda do mundo, depois da do Marcelo Camelo.
- Eles são meus, nunca ti disseram? -Ele riu.
Falamos de Los Hermanos durante todo percurso e mesmo falando só de Los Hermanos descobri que o nome dele era Caio, tinha 21 unos como eu tivera previsto, e já estivemos no mesmo show. Meu ponto era o proximo, eu senti a sensação mais estranha da minha vida, parecia que eu ia deixar uma coisa muito importante da minha vida ir embora. Eu disse à ele que minha parada era a próxima -Até amanhã?- Ele me perguntou e é claro que eu estampei um sorriso de orelha a orelha -Até amanhã! Passamos a nos encontrar todos os dias no ônibus e toda minha rotina mudou. Não acordava mais as 6:25, acordava as 6:00 pra me arrumar melhor, escolhia primeiro a blusa, troquei o café por sucos naturais, isso me deixava mais naturalista. Ele me chamou pra ir na livraria depois do serviço e nem era sexta-feira. Ele me ligava nas noites de sábado e sempre me cantava uma musica, tentava ao menos. Com o tempo eu passei a ser a melhor amiga dele e isso me matava e mantinha viva ao mesmo tempo. Ele começou a namorar com menina da sala dele. Nos afastamos, as ligações foram diminuindo até não existirem mais, íamos pro serviço cada um no seu  carro e já não tinha mais o ônibus todos os dias. Ouvia Los Hermanos com frequencia, isso me impossibilitava de esquece-lo. Minha vida seguiu em frente, eu já havia experimentado ela parada por muito tempo e o gosto não era bom. Conheci outros caras, nenhum bom o suficiente pra impedir o oxigênio de  chegar ao meu cérebro e me fazer esquecer dele. "VOCÊ SE APAIXONARIA POR ALGUÉM EM UM ÔNIBUS?" Minhas pernas tremeram quando li isso na mensagem de um número desconhecido. Eu respondi que sim e em resposta outra pergunta -E se apaixonar com as lembranças de um ônibus é possível? - Parecia que eu tinha engolido um cometa, um nó se formou na minha garganta de meu coração batia mais forte, bem mais forte. -Tudo o que eu mais queria era que fosse possível, mas desacredito. -Respondi. 
O número desconhecido nunca me respondeu quem era e nem a qualquer outra mensagem que eu mandasse. 
Em um sábado enquanto eu comprava amendoim e refrigerante na conveniência da esquina meu celular tocou e eu atendi sem nem vê quem era. Não reconheci a voz de inicio, mas depois do "oi, quanto tempo" eu soube que era ele. Eu mais parecia uma pré-adolescente atendendo a ligação do menino mais popular da escola. Eu queria dizer à ele o quanto senti saudades durante todo esse tempo, queria pedir á ele pra voltar. Mas não podia. Eu precisava ouvir ele me pedindo pra voltar, precisava que ele dissesse o quanto sentiu minha falta todo esse tempo e viu que eu era a mulher da vida dele, eu precisava. Mas tudo o que ele disse foi que eu continuava sendo sua melhor amiga e que ele me queria como sua madrinha de casamento. Juro que quis que ele nunca tivesse "reaparecido", mas eu era a melhor amiga dele, não podia deixar ele na mão mesmo depois de tudo. -Meu Deus, você vai casar? Claro, vai ser a maior honra ser tua madrinha.- Disse com a voz tão embargada que parecia que eu tava com uma maça na boca. 
Chegou o dia do casamento, antes disso encontrei com ele umas três vezes pra tratar sobre roupa, lugar, horário, essas coisas chatas. Descobri que a noiva era a menina da faculdade de tantos anos atras e a trilha sonora era Los Hermanos, o nosso Los Hermanos. 
 Ele disse sim, enquanto à olhava com um amor transparente nos olhos. Minha vontade era dizer pra ele tudo o que eu passei esses anos todos e dizer que era covardia da parte dele fazer isso comigo, mas tudo o que eu fiz foi dar a ele os parabéns e desejar toda a felicidade do mundo. 
Nunca descobri quem era a pessoa misteriosa das mensagens. Nunca mais Los Hermanos. Nunca mais muita coisa. Eu não me arrependo nunca de ter me apaixonado por um estranho em um ônibus. Aquele estranho mudou minha vida. Hoje eu sei que é possível amar de verdade, morrer de saudade e ser feliz com a mesma historia mas com personagens diferentes.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Você ta me perdendo e parece nem se importar. E eu aqui, vendo meu mundo desabar com isso e sem entender o porque de tudo isso agora. Eu pensei que você fosse lutar por nós e não desistir na primeira dificuldade. Todos os dias eu mato um leão pra lidar com a distancia, a saudade e ignorar o que as pessoas falam, agora eu vou ter de matar quantos leões pra lutar contra tudo isso e ainda com a tua indiferença? Eu to a ponto de ir embora, você não vai fazer nada? E se eu me perder no meio dessa tempestade, nem por culpa você vai me pedir pra ficar?  Você não precisa nem me dizer nada, só me olhar com aqueles olhos de novo e eu vou saber que eu posso ficar. Eu não quero ter que deixar tudo o que eu sonhei pra gente pra traz, mas eu não posso levar isso adiante se as coisas continuarem assim, isso ta me fazendo mal, eu to cansada de ir dormir mal e acordar mal. Eu sinto saudade de quando eu ia dormir sorrindo e com o coração confortado por saber que você me amava, agora eu vou dormir com o coração apertado por saber que você me amava, não ama mais. Se eu sair por aquela porta, eu não volto mais, e vale lembrar que mais do que por uma porta eu não volto pra tua vida.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas a gente se sente sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver. Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza
- É, tá frio. 
- Lá fora?
- Lá fora, aqui dentro, tanto faz.
Eu queria dizer para você nunca ir embora, porque hoje eu estou feliz com você. Apenas com você. Viu o tanto que eu sorri? Viu o jeito como eu posei a minha cabeça nas suas pernas? Era amor. Eu quis dizer que eu nunca quero perder você, porque na realidade eu não quero. Mas sabe, amanhã ele vai aparecer, à mesma hora de sempre, num lugar diferente e com uma vontade intensa de me ter. E eu vou. Eu vou fazer de tudo para ir; pular da janela, fugir, inventar uma desculpa qualquer. Ele me quer por umas horas apenas, mas eu vou. E sabe porquê? Porque eu o amo mais do que me amo. Mais do que amo você. Eu também amo você, só que eu não quero você. Você é rotina, ele é saudade. Eu também sou feliz com você – e hoje, como disse, estou muito feliz, mas ele, sabe… ele é qualquer coisa que faz com que eu não pense. Ele quebra as minhas pernas, os meus braços, a minha mente e o pior: o meu coração. E você, eu sei, continua aí, me esperando, me querendo para o resto da vida. E eu continuo aqui, querendo você, de vez enquanto, quando ele não me quer.
Tudo que tenho é meu coração. Costurado, remendado, cheio de arranhões. Mas ainda bate, eu garanto. Se quiser dou-lhe ele apenas com uma condição. Não o abandones em qualquer situação.
Talvez eu devesse esquecer essa utopia de ser escritor profissional, e organizar uma vida de verdade, dessas que a gente chama de Vida, em maiúsculo, e grita coisas como “não se mete na minha vida!” e “da minha vida cuido eu!” – eu adoraria alguém cuidando da minha vida, se metendo, ou dizendo o que devo fazer dela, porque eu confesso que não sei.
Você pode conhecer vinte caras bonitos e que te entendem muito bem, dez caras legais que cuidam de você como se fosse um diamante precioso, uns outros tantos inteligentes, atraentes, bacanas e engraçados em ordem aleatória. Nenhum deles te encanta. Por que? Falta o tão chamado click, aquele jeito especial que ninguém explica. Pode ser o jeito de mexer no cabelo, a forma como ele te olha, que conversa contigo ou até mesmo um jeito secreto que nem o profeta mais sábio percebe, mas que está lá, você pode ver. Entre tantos milhares, talvez um ou outro se salve ao filtro do ‘jeito’, e daí você percebe: é esse que eu quero abraçar e não largar mais, com quem eu quero me enrolar embaixo de cobertores e com quem eu quero dividir todos meus segredos. Baseado no que? Num jeito inexplicável ao resto do mundo.
Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

terça-feira, 29 de maio de 2012


Ás vezes eu só quero descansar
Desacreditar no espelho
Ver o sol se pôr vermelho
Marcelo Camelo (Vermelho)

segunda-feira, 28 de maio de 2012





"Talvez seja você mesmo, a minha metade, a parte que eu procurei nos amores não correspondidos, nos trechos dos livros, nas letras e cifras das músicas. Talvez seja mesmo você, o mocinho dos filmes de romance, que faz de tudo pra ter a sua amada. Talvez seja você, aquele que vai me esperar, que vai me ligar, que vai me dar atenção. Talvez seja você, aquele que quando eu estiver indo embora, me puxe de volta, me impeça de ir. Talvez seja você que vai rir, das minhas piadas mais sem graças. Que vai aturar meus gritos, enquanto assistimos a um filme de terror, no sofá da sala. Talvez seja você, que vai aturar minhas crises, existenciais, de ciúmes, de TPM. Talvez seja você, que vai me pedir desculpas, logo após de uma briga mesmo sabendo, que não está errado. Talvez seja você, que vai me entender, mesmo quando nem eu mesma estiver, me entendendo. Talvez seja você, quem vai me esquentar nas noites frias, e tediosas. Talvez seja você, que vai me surpreender, quando mais precisar ser suprendida. Talvez seja você, que vai me aceitar, do meu jeito, assim, ora doce e calma, ora calma e azeda. Talvez seja você que saberá de todos os meus gostos, e manias. Talvez seja você, aquele, que vai me chamar de linda, mesmo com a cara amassada, de tanto dormir. Talvez seja você, que vai de verdade, me amar, e se importar comigo. Talvez seja você, aquele, que me apoiará em tudo. Talvez seja você que me passará segurança. Talvez seja você, que irá me provar que amor de verdade existe. Talvez seja você, o único idiota, que vai querer ficar comigo, enquanto os outros quiseram ir. Talvez seja você, o amor da minha vida. Talvez seja você, por quem esperei, e me machuquei tanto." - Talvez seja você, Laysla 
Já eram 00:13, tinha a certeza de que não ia me ligar. Peguei a garrafa de tequila.Não quis gelo, só tequila. Devia ter aproveitado que estava bêbada e ter ligado pra ele, perguntar quem deu o direito de ele me deixar de lado, dizer umas boas verdades. O problema é esse, as verdades. Acabaria dizendo que eu o te amo e que todo esse porre é por ele ou pela ausência dele, sei lá. Eu não preciso saber de nada, afinal, sou só uma bêbada esperando uma ligação de um cara filho da mãe que talvez nem lembre de mim.
-Idiota. Estupido. Canalha. Eu te odeio, odeio, odeio, odeio com todas minhas forças. Eu não vou cair mais nas sua cantadas baratas e nem acreditar nas suas desculpas esfarrapadas.
Uma semana depois ele me liga, com aquela voz de cachorrinho sem dono inventado todas as desculpas do mundo e me chamando pra sair. Que safado. É claro eu não vou cair nessa nunca mais.
20:31
-A gente marcou as 20:30. Ele não vem. Eu sou uma idiota, ele não vem.
Instantes depois ele chega com flores e chocolates. Eu recebo. Ele me olha nos olhos e com um daqueles beijos de tirar o folego ele volta a ser meu, pelo menos até o próximo porre.

quinta-feira, 24 de maio de 2012


Eu amava você dormindo, de barriga pra baixo, os cachos espalhados no meu nariz, o suor na nuca secando ao longo da noite, sua barriga enchendo de ar de forma errada porque você respira mal. Eu amava você chamando seu bruxismo de vampirismo e depois dizendo que eu te deixava nervoso. Eu amava o medo que você tinha de eu te amar em tão pouco tempo e do sentimento ser grande o suficiente para eu perceber, colorir e decorar suas minuciosidades desimportantes.Amava sem você fazer nada, só respirando pesado, só lutando com seu peito angustiado, só perdido, só tentando ficar mesmo não sabendo como.
Ontem eu chorei. Voltei pra casa, fui pra o meu quarto, sentei na beira da cama, chutei os sapatos, desabotoei o sutiã e caí no choro. Quero que vocês saibam que eu chorei até meu nariz escorrer molhando a blusa de seda que eu comprei na liquidação. Chorei até minha cabeça doer tanto, que eu mal via a pilha de lenços de papel no chão aos meus pés. Quero que vocês saibam que ontem eu chorei pra valer. Ontem eu chorei por todos os dias em que estive ocupada demais, ou cansada demais, ou com raiva demais pra chorar. Chorei por todas as coisas que me foram roubadas; por todas as coisas que eu pedi e que não consegui receber;  por todas as coisas que, depois de conquistar, eu dei a outras pessoas em circunstâncias que me deixaram vazias, gasta e exaurida. Chorei porque realmente chega um momento em que a única coisa que nos resta é chorar. Ontem, eu chorei. Chorei porque meninos pequenos são abandonados pelos pais; e as meninas são esquecidas pelas mães; os pais não sabem o que fazer e por isso vão embora; as mães são abandonadas e ficam com raiva. Chorei porque tive um menininho, e porque eu ainda era uma menina pequena, e porque eu era uma mãe que não sabia o que fazer, e porque eu queria tanto que meu pai estivesse comigo, que chegava a doer. Ontem, eu chorei. Chorei porque feri alguém. Chorei porque fui ferida. Chorei porque a ferida não tem pra onde ir senão até o mais fundo da dor que a causou, e quando chega lá a dor acorda você. Chorei porque era tarde demais. Chorei porque tinha chegado a hora. Chorei porque minha alma sabia que eu não sabia que minha alma sabia tudo o que eu precisava saber. Chorei um choro espiritual ontem, e esse choro me fez muito bem. E me fez muito, muito mal. Em meio ao meu choro senti minha liberdade vindo, porque ontem, eu chorei sobre casa momento da minha vida.
Eu era a figurante sem fala e desconhecida do filme dele, em que no máximo levava alguma coisa pra ele, e sorria de longe sem que ele notasse. E ele era o ator principal. E sempre acabava o filme com a mocinha loira sexy e mais bonita de todas. Mas eu de alguma forma, gostava de simplesmente participar da vida dele, mesmo sem ele saber meu nome. Ou saber que eu o achava bonito. Mas todas sempre o acharam bonito não é?E eu já fechei os olhos com força, pedindo pra ter alguma fala na história. Pra ficar em perigo e quem sabe, até ser salva por ele . Consegui o número de telefone dele com a amiga de uma amiga da amiga dele, foi muito difícil. Eu ligava todos os dias as 11:45 nem um minuto a mais e nem um a menos. 11:45. Nunca consegui dizer nada nessas ligações e ouvir a voz mais doce do mundo me pedindo pra dizer algo, dilacerava meu coração. Muitas vezes a vontade de dizer quem eu era e o que eu sentia me fazia desligar o telefone e respirar fundo como se eu tivesse a ponto de um taquicardia. Com o tempo eu parei de ligar e já nem participava mais das gravações dos super filmes de sucesso que ele estrelava, descobri que ele começara a namorar a loira sexy e mais bonita de todas, então a vida dele começou a não caber mais dentro de mim. 25 de novembro, eu lembro exatamente a roupa que eu vestia: Shorts jeans, camiseta branca e chinelos de dedo. Eu estava lendo a sinopse de um livro infanto-juvenil que me chamará a atenção.–Bela escolha. Meu Deus, era a mesma voz doce que me pedia pra falar algo no telefone quando eu ligava de um número restrito e me fazia de muda. Meu coração parecia que ia pular a qualquer momento peito a fora, quando eu olhei pra cima, os olhos que nunca me notaram estavam me olhando, com o sorriso mais lindo pregado no rosto, devo lembrar. -Ah, é. Eu não, não. Não sei se vou levar. Minhas pernas tremiam, parecia que eu tinha tomado um litro todo de tequila em um único gole. Aquele cheiro americano (eu nunca tinha cheirado nenhum americano, mas sabia que aquele cheiro era americano) se misturando com aquele cheiro de livros estavam me embriagando, eu nem conseguia entender o que ele me dizia. -Está tudo bem? Meu Deus ele vai achar que sou louca, pensei. Eu queria falar alguma coisa inteligente pra impressionar ele, mas não conseguia pensar em nada.-Ovos com bacon. Falei enfim. Agora ele ia ter a certeza de que eu era louca.-É, você ainda gosta de ovos com bacon?Ele riu e disse: -Claro, eu adoro ovos com bacon e uma… –Xícara bem grande de café. –Completei, agora tinha uma louca que não falava nada com nada completando as frases que ele dizia. Ele pareceu não se importar, não tirava aquela estampa brilhante de sorriso do rosto. -Então vai levar o livro?Eu não fazia ideia de que livro ele tava falando, então lembrei que o motivo de ele falar comigo foi aquele bendito livro. (Como eu te amo livro)-Claro. É. Hum rum, vou levar. Parece legal, né?Ele me contou todo o enredo do livro e claro eu não prestei atenção em nenhuma palavra que ele dizia, estava eufórica de mais pra prestar atenção em alguma coisa. Ele me convidou pra tomar um café, não pensei duas vezes. Conversamos horas, parecia que éramos amigos de longa data. Contei a ele da época que eu era figurante sem fala dos filmes que ele era o ator principal, não mencionei o meu desejo de ser salva por ele. Ele me contou coisas que eu nunca tinha visto nas revistas de fofoca. Ele pegou meu número e me ligava todos os dias as 11:45, nem um minuto a mais ou a menos. Nunca contei pra ele que eu costumava ser a muda das 11:45 que ligava pra ele,mas de alguma forma ele parecia saber. Três anos se passaram e o ator que não me notava, passou a ser o ator principal da minha vida, sem precisar encenar, eu não era mais a figurante sem falas, eu havia me tornado a mulher da vida dele e ele o homem da minha vida aquele dia, 25 de novembro às 11:45 pra ser mais exata.
(Sara E Mayara) 

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Tarde demais, Vinícius. Ele já foi embora, e me deixou aqui. Ele já foi, e disse que sentia dores de outros amores. Mas e o meu amor, o que eu faço com ele? Você escreveu um livro para se viver um grande amor, mas não para quem perdeu um. Espero ansiosamente pela melhora do meu coração, fique sabendo. Mas até lá, espero que você esteja comendo aquele franguinho com farofa que você tanto fala juntinho da sua amada; sabe-se lá aonde…

segunda-feira, 14 de maio de 2012


Não escrevo mais de amor.
Posso falar da vida da vizinha ou que minha casa enche de formigas á noite. Ou que comi 3 pães no café e que isso é segredo só meu. Posso escrever que chego tarde do trabalho porque adoro passar pelas casas mais ricas da cidade só pra ver os cachorros de estimação passeando do lado de fora.
Ou que o café que você fazia tem cheiro de amor.
Mas que droga, não posso falar de amor.
E se eu falasse sobre esportes? Não, péssima ideia, a ultima vez que eu assisti o canal esportivo foi pra zoar você pela surra que seu time levou e isso só seria uma boa historia pra contar pros nossos netos. Teríamos varias historias pra contar a eles, isso se não envolvesse tanto esse tal de amor.
Eu me proíbo de falar de amor nas próximas duas mil linhas que eu for escrever.
Waffles . Eu sinto saudades de quando acordava com aquele cheiro adorável que vinha da cozinha. Espera ai, se não vou falar de amor, não devo falar sobre saudade, afinal, eles estão fielmente ligados um ao outro.
Vou escrever coisas engraçadas, piadas. Ou algum filme de terror que eu assisti segurando sua mão. Meu Deus, como é difícil. E Eu nunca fui boa nisso mesmo, desisto.
Nunca fui boa em não falar de amor e muito menos em falar da vida da vizinha. Mas eu de fato comi 3 pães no café da manhã. 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Parando pra pensar eu não me importo em ser absurdamente idiota. Não to nem ai se as pessoas me acham insana por amar com tanta intensidade. A quem diga que sou louca, mas como disse não me importo que se importem com meu amor por expressos ou por papeis idiotas, não dou a minima se acham exagero que eu morra da saudade todos os dias, se não se agradam com as músicas que ouço. Outro dia a menina da mesa ao lado perguntou porque eu estava chorando e riu ao me ouvir dizer que estava terrivelmente  abalada com um filme que tinha assistido na noite anterior, muito insensível   da  parte dela. Eu sei que as vezes eu sinto as coisas de modo exagerado, mas isso não é ruim. As pessoas andam com tanta pressa que não reparam no casal lindo sentado no banco da praça, nem mesmo se deram conta do quanto a lua esses últimos dias esta linda. As pessoas só reparam que mudou de estação quando o clima esquenta ou esfria, não distinguem que na primavera o ar fica com um cheiro mais doce e no outono o céu ganha cores mais vivas. Eu não quero deixar essas coisas lindas da vida passarem despercebidas só pra parecer mais normal ou menos louca. Pra mim não basta amar, tem que amar ao extremo, eu preciso ser exageradamente feliz todos os dias. Eu sou assim, sinto com exagero, penso com exagero, sou toda exagerada, mas sou tão feliz que chego ser pequena pra tamanha felicidade.
Lenine no volume máximo! Decide enquanto organizava, ou ao menos tentava organizar, todas aquelas folhas de rascunhos de textos inacabados que estavam espalhadas por todo lado. Alguns textos tão idiotas, outros tão tristes que cheguei a sentir pena, depois de ler todos pensei no quanto cada um já fizera sentido e hoje não passam de simples rascunhos que vou guardar em caixas e talvez sejam jogados fora pra dar lugar aos outros. Me sinto mal por pensar assim, sei que são apenas papeis, mas foram eles que "me ouviram" quando eu estava idiota de tanta alegria ou morrendo de tanta tristeza e agora eles simplesmente não serviam pra mais nada. Eu sei que não precisa de tanto drama por simples papeis idiotas, mas são meu amigos papeis idiotas. Eu sei que isso aqui ta sem pé nem cabeça, mas é preciso deixar em evidencia o quanto meus papeis idiotas foram ou são parte de mim.

segunda-feira, 7 de maio de 2012







As vezes parece que minha estrutura emocional não é suficiente pra que eu exista.


A beleza agrada aos olhos, mas é a doçura das ações que encanta a alma.
 É isso aí!
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre
É isso aí!
Os passos vão pelas ruas
Ninguém reparou na lua
A vida sempre continua
Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não sei parar
De te olhar
É isso aí!
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade
É isso aí!
Um vendedor de flores
Ensinar seus filhos a escolher seus amores
Eu não sei parar de te olhar
Não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar
É isso aí!
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade
É isso aí!
Um vendedor de flores
Ensinar seus filhos a escolher seus amores
Eu não sei parar de te olhar
Eu Não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar
(É isso ai - Ana Carolina e Seu Jorge

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Acabei de vir do quarto e eu consigo respirar o cheiro de viajem. As meninas estão colocando as ultimas malas o carro, são muitas, deveríamos economizar mais nas bagagens mas sabe como é mulher né? "Só mais uma blusa", "Isso não pode ficar", "Eu não vivo sem isso", e assim temos de ir espremidas no carro. Vamos parar na próxima cafeteria e pedir três expressos com bolachas de aveia com gotas de chocolate pra viajem. Vamos revesar o volante, mas nenhuma de nós ira dormir, afinal talvez essa seja a viajem de nossas vidas, assim como foram todas as outras. No próximo verão talvez vamos à Chicago ou Los Angeles, tomaremos infinitos expressos e comeremos varias dezenas de bolachas enquanto colhemos pela estrada historias que diremos aos nossos netos.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A chuva la fora esta ficando cada vez mais forte, ouvi pessoas comentando que hoje seria uma das noites mais frias da temporada, temi ao pensar que você não estaria aqui enquanto desejei com todas as forças que haviam dentro de mim que isso mudasse no decorrer do dia. Vou colocar aquela música que eu nem sei o nome mas que me faz lembrar você no volume máximo, o som da chuva vai impedir que os vizinhos ouçam e o som da música vai abafar meu choro. Dói lembrar o quando ansiávamos por noites como essa, e hoje eu terei de usar algumas cobertas a mais pra me guardar do frio. Elas faram o teu papel. Mas quanto ao teu cheiro, teu abraço, teus beijos, tua presença, quem vai fazer o papel? Como substituir o protagonista dessa historia? A chuva vai passar, eu sei. Agora já não tenho tanta certeza quanto a essa dor, essa saudade. Talvez elas fiquem até que a chuva vá, ou fiquem até que você volte.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Estava frio, sentia o ar gélido bater em meu rosto, por mim eu continuaria ali sentindo a água da chuva molhar meus cabelos e deslizar por minha face, mas ao virar a próxima esquina eu chegaria em casa. Sr. Moreira, o porteiro do prédio ficou surpreso ao me ver toda molhada e com um sorriso radiante no rosto.   -Que chuva forte, a senhorita esta toda molhada. Disse ele ao me ver passar pela guarita.    -Que chuva maravilhosa, eu me sinto como uma criança quando brinca na chuva. Disse eu em meio a uma gargalhada vinda de dentro. Enquanto esperava o elevador não conseguia guardar meu riso, era como se a minha alegria não coubesse em mim e transbordasse em forma de sorrisos, a moça do sexto andar pegou o elevador comigo, suas roupas molhadas davam a entender que ela também havia tomado um banho de chuva, mas a expressão de seu rosto também dava a entender que não tinha sido uma experiencia muito boa. Ao deixar o elevador me despedi dela mesmo não tendo nós trocado uma palavra durante o tempo em que estivemos ali. Quando abri a porta Fubá (meu cachorro) parecia não se importar que eu tivesse toda molhada, ele só queria me mostrar o quanto estava feliz ao me ver, já Alfredo (meu gato) não quis nem papo, só levantou a cabeça a cabeça para olhar quem havia chegado la mesmo de sua almofada e quando se assegurou que tudo estava bem voltou a dormir. Fubá me acompanhou até o quarto, onde foi sua deixa, já que ele sempre teve uma queda pela cachorrinha de pelúcia que fica em cima da minha cama. Tomei um banho quente, o que deixou meu corpo bem mais relaxado; depois do banho preparei um chá de morango com torradas pra mim, Fubá e Alfredo, logo mais fomos para o sofá onde Alfredo todo faceiro dormia em meu colo e Fubá ficava atento ao seu filme preferido e nem parecia que era a milionésima vez que ele via aquele filme. Quando os dois (Fubá e Alfredo) dormiram, fiquei os observando e vendo o quanto eu tinha motivos pra ser feliz todos os dias, não só em dias de chuva, mas todos os dias,sejam eles dias de sol ou dias nublados.