sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sentir

 Acordar com saudade de você; porque o ar assim como o tempo traz momentos ocupados e que insistem em permanecer. Mesmo quando se está perto ou longe é preciso procurar, atentar, olhar e achar; deixar guardado na lembrança a vontade das mãos entrelaçadas, o toque no rosto, a mão na nuca e o toque das bocas, o vento que bagunça os cabelos com um toque de charme, um olhar de lado despercebido, sem vergonha. Assim como cheiros que se confundem no ar, minha vontade se perde no desejo de ver, de tocar, de falar, de estar perto, de entrelaçar-te em meus braços e nunca mais te soltar (mesmo que por instantes), desejo de descobrir, de sorrir junto a ti por bobagens, talvez falar de assuntos difíceis como nós dois mesmo sendo apenas eu e você, apreciar o silêncio que paira quando nossa boca cala e nossos corações gritam, e estarmos lá, parados, emudecidos. Apenas com o desejo de viver os verbos de nossos afetos, de entregar, demonstrar, expressar tudo o que sinto sem precisar de palavras, poder desbotar a cor do decidir, quando nada muda independente da decisão eu volto ao meu ponto de partida, você, onde eu sempre quis chegar. Sentir a diversidade de sentimentos que a saudade traz consigo; saudade que de tão imensa já não cabe mais em mim, e é necessário expressa-la nas entrelinhas de um texto vago. De um texto vago!


"So se tem saudades do que é bom! Se chorei de saudade não foi por fraqueza, foi porque eu amei!"
                                          (Nelson Correia)

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